Radio Arcoense/Lusa-Venezuela: Leite em pó, óleo, maionese e açúcar desapareceram dos supermercados



Caracas, 10 fev (Lusa) – Leite em pó, óleo vegetal, maionese e açúcar são alguns dos produtos alimentares que os venezuelanos viram desaparecer das prateleiras dos supermercados nas últimas semanas.

Esta situação tem levado a população a fazer ajustes nas listas de compras e no orçamento. “Estive em seis supermercados diferentes e não havia leite em pó. Tenho apenas um pouco de óleo em casa e há quatro semanas que não consigo açúcar. Sempre há uma coisa em falta”, explicou Aída Núñez à agência Lusa.

À saída de um supermercado em Chacaíto, esta antiga funcionária bancária, agora reformada, explicou que “ir às compras requer muita habilidade, porque se hoje conseguimos feijão preto ou alguns enlatados, há que comprar mais do que o necessário, ter um pequeno stock em casa”.

Também os vegetais subiram de preço mais de 10 por cento “desde o ano novo”, obrigando os cidadãos “a esticar o orçamento para poderem comprar o que necessitam, o que não é fácil de fazer”, realça Aída Núñe.

“Quando queremos croquetes de frango, só se consegue de carne, quando vamos comprar queijo, há que remediar com o que houver à venda ou ir a muitos supermercados para conseguir o que mais gostamos. Tudo isto é muito difícil, angustiante e às vezes leva-nos a comprar o que não precisamos de imediato por temor de que esgote”, descreve.

Dois proprietários de supermercados de Caracas contactados pela agência Lusa explicaram que produtos como o óleo e a maionese não são escassos, mas há problemas pontuais de reposição de stock, fazendo “com que a sua presença nas prateleiras seja intermitente”.

Trata-se de uma situação que afeta também algumas leguminosas, o leite pasteurizado, as margarinas e até os refrigerantes, “cujas marcas que estão à venda, pontualmente, não são as que as pessoas procuram”.

Admitindo que os preços dos vegetais subiram bastante, alguns comerciantes recomendaram aos clientes que comprem “abóbora amarela e tomates para congelar e usar no futuro, porque neste momento estão a preços económicos”.

Hoje, a Câmara Venezuelana de Indústrias Lácteas explicou que os danos causados pelas chuvas levaram a “uma quebra na distribuição de leites e derivados”, mas vincando que o produto pasteurizado não desapareceu do mercado.

“Estamos importando entre 40 a 50 por cento do leite que consumimos, porque desde há muito anos a Venezuela tem uma produção nacional insuficiente para o consumo interno”, explicou Róger Figueroa, presidente daquele organismo.


*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***



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