Radio Arcoense: Maria de Lourdes de Almeida - Conselho das Comunidades Portuguesas - Venezuela



NOTA PARA A COMUNIDADE PORTUGUESA NA VENEZUELA
E A COMUNICAÇÃO SOCIAL LUSO-VENEZUELANA

Relatório apresentado em Lisboa nos dias 5 e 6 de Março
na Comissão de Língua, Educação e Cultura do CCP:
SITUAÇÃO DO ENSINO DE PORTUGUÊS NA VENEZUELA

Na Venezuela existe o Ensino de Português como língua estrangeira ou secundária, não como língua primária.

O ensino da língua portuguesa é para Luso-descendentes e participantes de outras nacionalidades interessados em aprender o português como segunda língua.

O ensino do português não está inserido dentro do ensino primário ou secundário. É extracurricular e privado. É leccionado em clubes e associações e em 3 escolas, mas fora do horário normal das aulas. Os alunos pagam uma matrícula e depois pagam uma mensalidade. Não é subsidiado pelo Estado Português, facto que chama a atenção se tomamos em conta que na Venezuela há uma comunidade perto de 600.000 portugueses e cerca de 900.000 se incluímos os luso-descendentes.

Os cursos leccionados duram perto de ano e meio. São três níveis de seis meses cada um. O diploma entregado no fim do curso não é reconhecido pelo Ministério de Educação em Portugal pois não existe uma normativa regulada por esta dependência à margem do facto de que muitos dos professores não possuem habilitações reconhecidas em Portugal.

Os alunos estudam com material fotocopiado pois na Venezuela não há livrarias que vendam textos portugueses.

Ainda que os clubes e associações portuguesas na Venezuela estão muito interessados no ensino da língua portuguesa, isto não tem sido possível em todo o território venezuelano devido à falta de professores e não à falta de alunos, já que existe um número considerável de pessoas interessadas na aprendizagem da nossa língua.

Quanto ao Ensino Superior o Ensino Formal do Português deve-se ao Acordo assinado entre o Instituto Camões e a Universidade Central da Venezuela.

Nesta Universidade está um leitor enviado pelo Instituto Camões , o Doutor Miguel Moiteiro, quem fez chegar a seguinte informação:
• Na Escola de Idiomas Modernos – diferentes cadeiras integradas na Licenciatura de Idiomas Modernos.
• Na Escola de Letras - Português como cadeira de opção para as diferentes licenciaturas da UCV.
• Literatura Portuguesa como cadeira de opção para as diferentes licenciaturas da UCV. O número de participantes tem vindo a incrementar desde 2006 (124) a (207) em 2009.
• Quanto ao Centro de Língua Portuguesa, funciona numa sala facilitada pela UCV, no entanto , numa visita realiza da a este Centro, esta Conselheira observou que o espaço é muito reduzido para que os alunos e demais pessoas interessadas possam fazer uso do mesmo para consultar os diferentes livros existentes na biblioteca que ali funciona. O Doutor Moiteiro está neste momento a elaborar um cartão para que os interessados possam retirar os livros por espaço de tempo e depois devolvê-los novamente à biblioteca. 
Na minha opinião este Centro deveria funcionar num espaço muito mais amplo, de maneira a que os interessados pudessem ali mesmo fazer as suas consultas e deveria ser este Centro a gerir os diferentes cursos de ensino do português como língua secundária na Venezuela.
• Quanto ao Ensino Informal do Português no Ensino Superior existe uma Escola de Extensão na UCV que oferece cursos semestrais de português ( 3 níveis).

A Universidade Bolivariana oferece cursos semestrais de português (3 níveis) e português como cadeira de opção para as diferentes licenciaturas da mesma universidade.

A Universidade Católica Andrés Bello oferece cursos semestrais de Português (3 níveis)

Resumindo, dois dos problemas mais graves que confronta o ensino de português na Venezuela são a falta de professores para leccionar e a falta de textos para o ensino da língua à margem ainda do facto de não haver nenhum coordenador de ensino enviado pelo Estado Português e de ser necessário mais outro leitor, pelo menos para começar a criar uma rede de ensino gerida pelo Centro de Língua e Cultura Portuguesas.

Neste momento encontra-se em estudo a possibilidade de formar pessoas para leccionar. Esta formação teria que ser dada pelo leitor do IC com os requerimentos exigidos da lei de educação de maneira a que estes professores , no fim da sua formação, fossem reconhecidos pelo Ministério de Educação e como consequência, também o seria os cursos leccionados por eles. Quanto aos textos, estuda-se a possibilidade de entrar em contacto com a Editora em Portugal e uma Editora na Venezuela e que através de um convénio os textos sejam editados na Venezuela devido que o custo é excessivo e não há facilidade para adquirir as divisas necessárias para a compra dos textos.

A Conselheira
Maria de Lourdes de Almeida


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